quinta-feira, 12 de novembro de 2015



o colo da mãe
é tudo que senão
tem


m o n o c ó r d i o

meça: tamanha falácia
até o coro dos descontentes
ganhou regência
e compasso

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Passar bem!

Era muito
muito educado
Sutil como um poeta
cheio de dedos mas
sem nenhum tato
Bom dia, boa noite
obrigado, com licença
Tanta finesse
para pouca eficiênci
a
Não
Chame os últimos socorros
Minha now caiu no olho do furacão



DEFLORADO


Aceite
 a sua sina
de cor rosa choque
revele seu retrato
faceiro na tela
repasse sua cena
Madalena, Barbarella
traga à tona o fundo falso
o carnaval à passarela
a purpurina à festa
esqueça
a Carolina na janela
indiscreto é esse letreiro
piscando na sua testa



nov/2008
Recaída

Minha mãe me habituou 

a usar açúcar nos remédios amargos
Meu pai
de guarda-chuva em punho
sempre me protegeu do indesejável banho

Como hei de carregar meus fardos
Quem me ajuda a sair do sonho?



(dez/1998)

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Descanse em jazz

Disse
com sua voz pouca:
- Esta me acalma
você me provoca -
E ficou com a mínima paz
Não mais
AUTO(CON)CENTRADA

fora de si
a primeira pessoa se escondeu


terça-feira, 23 de junho de 2015

INVITE AO VENTO

A quantos entretém
tantos eventos 
assuntos argumentos
tornados nuvens leves


estreitos labirintos
não me servem
Selfie

réptil
repito esse rap 

como eu próprio dito
rastejo pra ficar maldito
aos que me querem 
lampejo
moto-contínuo desútil
repito esse rap
sobejo


...............................

domingo, 21 de junho de 2015

Come on

Por que você 

não pega 
a contramão
e atropela logo
essa 

desgovernada
solidão?

Fora de Hora

Se lhe dou um livro de 
Nauro Machado
ele me dá um relógio de presente

Meu amado não sente
a quantas horas anda a poesia

(nov/1990)
"ERA UMA NOITE QUE NÃO TEM MAIS FIM"
Nosso duplo verso
era uno era pleno
era intenso
(segredo inconfesso)
eu era dona do universo
andava nua
devassa e pura
docemente fatal
então veio o medo
a moral a censura
a razão cruel
traiu
nosso faz-de-conta
"pra lá deste quintal"
você descuidou
quebrou vidro
nosso cristal brinquedo
e ainda era tão cedo...



Disse "amo-te" como quem
Leviano diz
Amo-lhes

sábado, 20 de junho de 2015

Happy Hour

Ele desce as escadas
chinelos de dedos
cabelos molhados
displicente elegância
Lindo
lindo como a chuva vem
e bem-vindo
desejo escapulindo
da boca saliva
uva que me passa
com seus olhos de mel
Eu
esmerada urgência
estendo nossos medos
no varal
gotas de suor pingam
na hora em que cedo
"é sempre feriado nacional"
Adverbial
Adverbial
Tanto demais quanto
Tão
Se todavia pra morrer
Muitíssimo prazer
Dor mais não



NOW
diga nada do que for
nem dúvida nem sim
traga tudo que 
não tenha
mas por favor
venha a mim

Converte estio em água

e derrama da ânfora
óleos para a unção
olhos para nós
Senhora da Conceição
TRINCO

Saio da casinha
braços dados com 

Baco
brinco de amarelinha
piso em falso
tropeço

O inferno mora ao lado
de um céu fora de foco





Entrelinhas

A velhice adivinha 
a morte

com banzo tímido
hoje

o olhar úmido de minha mãe 
me disse

domingo, 12 de abril de 2015

Modismos da Time Line

Darei um like na sua fan page
Com o maior agrado
Mas por favor
Troque "gratidão" por muito obrigado!

viagem

trilhos do tempo trem 

outro outono cai
primavera dentro vem