dias não são iguais
uns são menos
outros muitos degraus

Tiro de letra
o meu da reta
Precisas palavras
embrulho
Encho balões no ar
Debulho balinhas para atiçar 
o jogo
Balas dentro bolas fora
Abaixo cessar-fogo
Chuto no verbo

PACIFICAR

Sobre Pedras

A morte nos segue a dor nos cega
o eu me sigo
mas não me entrego entre grades

cortem de cada umbigo todos os suicídios
para nascer precisa o sangue
o grito

escancarem os presídios abram as celas 
os claustros
descubram janelas pulem castigos

Liberdade deixa rastros para o sol de abrigo

ERA UMA VEZ...

dizia minha mãe com lucidez
e a fantasia ia e vinha
na criança que hoje
não se crê sozinha

me dê um mote

minha língua ferina

vira chicote

tuas mãos de nero

teus cabelos de sansão

quero

não bolero